Desejos de um Outono que parece um verão…
Desejava que fosses uma ave ou uma estrela
No lugar-comum de te desejar ter
E ao mesmo tempo te ter sem te possuir
Gostava que voasses
Que brilhasses
Para sempre e não a espaços
E que nesse estado
Tivesses sempre um lugar para onde ires…
Gostava que sorrisses sem parar
Mesmo na altura das nuvens cinzentas
Ou somente nuvens
Que a visão
Ou a lucidez
Demasiadas vezes nos ameaçam roubar
Gostava que sorrisses
Com mais nada te importares…
Gostava de andar contigo
Nas estradas do mundo
Sem necessidade de uma casa
Sem necessidade de parar
O descanso far-se-ia andando
Porque sabemos muito bem
Que morremos
Se não estamos em perpétuo movimento
Gostava que o nosso momento fosse pois eterno
E não se fosse tudo perder
Como tudo se perde no tempo…