UMA DEUSA NA MADRUGADA
Eis que o mito viajante nas estradas do agora, abandonou o dantes
Para que mágicos instantes lhe projetassem nas telas do meu querer
Sem avisar ou requerer, chegou trazendo seus superlativos delirantes
E com seus atributos insinuantes fez meu autocontrole se desfazer!
Munida de suas armas ingênuas em turbilhão de timidez que avassala
Inundou meu quarto e sala com o perfume da irresistibilidade
A provocar com naturalidade, a desfalcar meu arsenal que não se cala
A refletir sua luz de opala e me indicar seu endereço de sensualidade!
Ao me dizer adeus, deixou essências que visitaram meu posterior sonhar
E fez por lá tudo quanto já nos aludia a mútua necessidade
Brindou minha insaciedade lhe aguçando o apurado paladar
Pra de si mesma me alimentar com todo o despudor da reciprocidade!
E cavalgou insana amazona em nome do anelo devorador
Rasgando as sedas do pudor, deixando a clandestinidade vingar
Numa performance invulgar, digna do mais inapagável ardor
Que por toda madrugada incendiou este que persiste a lhe devorar!
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Por ti, Janete Fernandes, deusa nos anelos devoradores.
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor