INSTANTES BRUXULEANTES
É doce como água de rio
Seu sorriso é meu barquinho de papel
Nele deslizo mansinho buscando a iara no cio
Instalo minha rede sob o dorso do leito
Aperto a tarrafa de jeito
E logo vem a sereia arfando contrita no peito
Uma sinfonia de alegria
Borbulhas de pele eriçada selvagem
São flores brotando da oscilante folhagem
Teus olhos fatais e certeiros
Quando se abrem pululam
Acertando a gente em cheio
O tempo vai fluindo como o véu límpido e esvoaçante das Vestais
Enchendo e vazando pelo firmamento
Nosso amor vai preenchendo o fogo puro das antigas catedrais...