Estarei...
Há todo um algo
Há um pleno vazio
Embora nos sintamos cheios de tudo
Nos sintamos preenchidos…
Há um sabor amargo ao fim de tempos
E ao mesmo tempo há outro
Que nos indica que não se trata de um fim
Mas antes de um recomeçar
As duas sensações convivem em simultâneo
E por isso já me mentalizei ao sabor desagradável
Pois sei que mais tarde este irá adoçar…
Mas nesse espaço de tempo
Nessa terra de ninguém onde nos encontramos
À espera de um rumo concreto
Desejando a definição
Para sairmos do abstracto
E nos inserirmos no concreto
Digo-te tantas coisas
Mas não sei se digo o correcto…
Digo que o tempo vai passar
E que tempos cegos
Irão dar a tempos de fé
Mas a questão é não cairmos entretanto
É sabermos mantermo-nos de pé…
Digo que te amo
Mas sei que duvidas
Sei que hesitas em acreditar
Temes que não esteja a teu lado
Quando desta nebulosa indefinida
Por fim sairmos
Pois até eu e todas as minhas convicções
E todas as minhas certezas
Não sei onde estarei
Quando o mundo na sua plenitude passar a fazer sentido
Não sei onde estarei
Embora deseje e sonhe
Continuar a estar contigo
Não sei onde estarei
Porque demasiadas vezes os sonhos mais belos
Levam-nos para estranhos caminhos
Não sei onde estarei
Ignoro se estarei no lugar do escravo
Ou no lugar do rei
Sei apenas e tão somente
Que estarei…