VENHA VER
Qual será o motivo que a minha
estrutura afetiva pede carinho,
agrados, conversa ao pé do fogo com a
mulher do meu desejo intenso?
Seria exigir demais um simples abraço
com descrição para não sermos expostos
à platéia que nos circundam
pelas ruas?
Seria falta de compostura, ser lembrado
com selinhos inofensivos, iguais aos
que damos em nossos filhos para que
entendam que eles são amados?
Seria difícil de se entender a importância
do estender os braços e envolver o
pescoço, sentada no colo de quem
diz amar?
Eu entendo que não, até porque sempre fui
alicerçado na minha forma efetiva de ser.
Eu acho tão bom, tão gostoso e de uma
forma tão edificante que causa inveja
daqueles que não praticam.
Porém, nada de excessos, procedimentos
forçados identificando-se estarem ensaiados
como se tudo fosse uma ação desempenhada em um
palco iluminado.
Sei que existem pessoas que convivem
com outras sem nutrir qualquer sentimento,
e que se nada fazem é porque esses detalhes
fogem de seu temperamento. Mas por favor
julguem-me, não é muito bom e gostoso fazer
ou receber um carinho de quem se ama?