FLORES

Um botão de rosa sonolento,

Vai se abrindo aos poucos,

Sem pressa, preguiçoso,

Como criança que acorda,

E as pétalas saem do casulo.

Não se entende tanta beleza,

Vinda de um caule disforme,

Espinhos que podem ferir,

E no entanto meiga se mostra,

Ao abrir toda sua formosura.

Pétalas macias aveludadas,

Exercem fascínios em mulheres,

Pelas suas cores alucinantes,

Vermelhas, amarelas, brancas,

Azuis, rosas, até mescladas.

Os perfumes diluem-se no ar,

Levados pela brisa que vem,

E no seu regaço se difundem,

Para despertar os corações,

Sedentos em busca do amor.

Não existe formosura maior,

Mesmo que pequenina fosse,

E se for flor de laranjeiras,

Pode formar um lindo buquê,

Que a noiva leva para o Altar.

Tem na meiguice o primor,

Pois se oferece em sacrifício,

Quando retirado de seu caule,

E mesmo caindo em lágrimas,

Seus espinhos não querem ferir.

Nos jardins são as aquarelas,

Pintadas por um nobre pintor,

Que escolhe as mais lindas cores,

E coloridas despertam alaridos,

De suspenses pelas suas belezas.

17-10-2011