AMOR À BEÇA.
Por Carlos Sena


 
A foto envelheceu, amarelou no trajeto da meia-luz,
O amor não.
A pele enrugueceu, o viço se perdeu a tiracolo das ilusões,
O amor não.
O brilho do olho esmaeceu, refugiou-se na escuridão dos sonhos,
O amor não.
Os passos serelepes, hoje trôpegos, estão contidos pelas horas mortas,
O amor não.
A voz doce e macia, já não balbucia seu nome como dantes,
Ecoam sustentadas em clave de dó,
O amor não.
Amor não e sim sem senão.
Amor de almas calmas
Amor de cálidas promessas
Amor sem pressa
Amor à beça.