Madrugada de Outono

Da varanda colorida,

O espetáculo é das nuvens

Ensaiando o balé, o bailar

Para que ela surja emanando preces,

Feitiços além do entendimento,

Apenas a alma compreende!

Sob minhas mãos,

A face macia deixando a lágrima deslizar

Límpida e serena como o silencioso dançar

Das brumas trazendo raras constelações,

O signo apontando o peito levemente desnudo,

Aguardo eu o sino tocar para a camisola te deixar!

Será Deusa está musa?

A diva que me traz no olhar,

O sabor das manhãs, o insinuar do anoitecer,

Desde sempre mexendo com meus versos,

Como quem alquimia a poesia por inteiro

Despontando em meu ser, plenas lembranças,

O hino que aprendi no colo daquela madrugada de outono!

De quimera em quimera,

A pintura vem acontecendo

Migrando em avessos,

Doando a pauta mais um sustenido

Descrevendo teu corpo, teu cedro

Iluminando o amor escrito no coração!

Auber Fioravante Júnior

17/09/2011

Porto Alegre - RS