O AMOR QUE VEIO DA CHUVA

A esperança suplantou a experiência

E o mais simples convenceu do amor singelo

As palavras perceberam que perderam

O sentido que havia pra falar,

o segredo idealizado em um desvelo

exacerbando a leveza de um olhar,

de um sorriso radiante de alegria

e uma noite irmã gêmea do luar.

O seu sorriso iluminava mais que a aurora

Como um palhaço no circo perdido no picadeiro

Que só sabe da ilusão e do sonhar

Pra não deixar mais que o amor morra no peito

Pra não deixar que as aves deixem de cantar.

Agora lá fora está chovendo

Parece até que o amor desvaneceu com o crepúsculo

A chuva não pára de cair, a dor não dá brecha

E o sentir diz sempre que o fim está em cada parada em cada esquina.

Mas por dentro da chuva espessa tem um assomo

Pela chuva em bagas grossas complicado de se ver

Eu sei - nós sabemos que todo amor que há no mundo

É grande demais para o aguaceiro esvaecer.

Não deve se tratar de ser amor perfeito

Nem deve ser o sonho que despertava o ideal:

É maior que isso, é o amor verdadeiro,

Falho, pegajoso, cheio de defeitos e por isso mesmo mais real.

Não é nada que veio soando nas trombetas do paraíso

Todavia é o suficiente pra curar a dor da solidão e todo mal.

Sátiro Safo
Enviado por Sátiro Safo em 13/10/2011
Código do texto: T3274957
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