Messalina
Em vida você foi o amor
Dos homens desta cidade
_Transparências?
Cobriam seu corpo em alegrias
Incitavam desejos malévolos
Homens-lobos! Carnívoros!
Sempre na busca por carne
Fresca, quente, latente, úmida.
_Irracionais?
Chuparam sua sexualidade
Secaram seu corpo em orgias.
Agora, neste seu leito de madeira
_Funerais?
Deles, meu e seu...
Sua pele alva brinca de esconder
Nos crisântemos esbranquiçados
Enrolados pelo seu corpo frio.
Justo, o crisântemo, que você,
Não gostava! Nem do cheiro!
_Cheiro ruim de carne podre!
Falou-me ao receber um maço
Repolhudo, colorido desta flor.
Deitada tão assustadora e fria
Aos seus pés no seu caixão
Brilha em mim a chama da poesia
Garantias?
E, lhe escrevo versos livres
Derradeira desculpa que tenho
Para me lembrar os dias passados
Devotos a purificar nossas almas
_Pecadoras almas em oração!