ASAS DO MEU AMOR
Eu fui de encontro às seivas que alimentam meu anelo desmedido
E sem fazer pedido, achei por bem apoderar-me de ti
Determinado a não desistir em pleno ato deslumbrado enlouquecido
Vi teu último pudor vencido por minha ânsia invulnerável de te possuir!
Não mais me dei à simples condição de teu platônico expectador
Passei a ser ator das tórridas cenas que junto a ti imaginei
No leito desbravei todo o relevo de teu corpo atordoado de ardor
E finalmente fui senhor da paixão que por amor em ti me escravizei!
Vedando ao teu olhar alguma fresta de provável serenidade
Visitando com suave brutalidade cada recinto do veneno curativo
Servindo ao impulso mais imperativo da minha masculinidade
Permitindo-me a máxima saciedade, premiando meu ato intempestivo!
Não fosse desse modo, onde estaria eu precisamente agora?
Seguramente no léu que ignora as andanças de quem prefere voar
Assim cheguei sem avisar, em nome da avidez que nunca vai embora
Para nem ver a passagem das horas e em tua cama minhas asas pousar!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor