NUNCA SEREMOS

Bebo na fonte das migalhas que o destino me oferece eventualmente

E silenciosamente deleito-me em cada segundo que te avisto

Do fato imprevisto eu me abasteço na luz de ti proveniente

Sonhando qual botão florescente que há de ser eterno teu registro!

Vejo em teu olhar uma disfarçatez que a mim jamais engana

Que ele tal como o meu reclama pela vontade de nós dois

Que tudo quanto o teu falar sequer expôs, deixou-me ver a certa chama

Que só existe num olhar que ama e almeja um algo a mais depois!

Diálogo amordaçado que pertence à sina de vencer vencido

Que nunca foi escrito e mesmo assim segue lotando nossas páginas

Que verte clandestinas lágrimas num rosto de paixão adoecido

Flagrantemente escondido nas rubras aparências pálidas!

Mas que se alastra sob o silêncio que brada em solidão noturna

E mesmo na irradiação diurna não sabe conseguir deixar de amar

No abraço que nunca se dá, na mútua colisão de ilusão mais pura

Vive às custas de sua loucura, onde acontece tudo que nunca será!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 13/10/2011
Reeditado em 14/10/2011
Código do texto: T3273842
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