CONVENIENTEMENTE AMOR

Dos vis direitos, a real perfídia.

Razão aflita ... Medíocre obstáculo!

Em conta gotas envenenastes a essência

Com a pederneira exumaste o afeto!

Como revide fite tua censura!

Tens tu nas mãos a escolha árdua:

Se amor intenso ou gratidão inerte!

Quão voa livre o teu coração;

Amor sublime e tão desmedido,

Perdes a força já não sóis domínio!

Se finca os pés neste chão vazio,

Vive a razão das correntes certas,

Gorjeta vã, companhia escrava;

Avisto o Hércules da conveniência!

Tina o relógio da predileção!

Hostil amigo é teu coração;

Choras criança o que não dominas.

Inconformado no falso conforto;

Doas a ti a imperdoável mágoa!

Levas no peito a veemente dor;

Em teu destino cantará o fetiche.

O insolúvel medo perseguido...

Carma fatídico à felicidade!

Desfrute a calma e doce mentira;

Colham se as tâmaras e carregue a culpa

De tua fraqueza e do medo épico;

Que tens do amor que te alimenta.

Ganhes razão e ampute os sentidos;

Seja mais um tolo algoritmo!

Pobre centauro... conveniente algema.

É um dinar o teu prêmio torpe

Vivaz salário de desejo insólito!

Castigo exato a tua parva inércia.

Já meio ébrio por palavras brandas;

Navegues louco neste rio turvo.

Luta romana; combatente insano!

O pesar da escolha; feri-lhe a garganta...

Feridas cálidas! Cicatrizes eternas.

Ao teu amor um nobre cordeiro.

A tua razão um astuto lobo.

Tão preferível ser burguês prudente;

Que deleitar-se junto à felonia.

Será feliz perfeição vazia?

Levas contigo o coração vassalo,

Tormento encalço ao momo juízo!

Gabriella Leite
Enviado por Gabriella Leite em 12/10/2011
Reeditado em 12/10/2011
Código do texto: T3271754
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