(Des) conhecidos
No princípio me fiz Não e você Sim.
Todo sonho e cada ensaio despediram-se de mim
nesse nosso (des) encontro choroso de desalento...
E você se fazia, em mim, de um esperar sonolento.
Isso acontecia, hoje sei: isso acontecia
porque, meu bem, eu ainda não te conhecia.
A cada instante receei o teu desabrochar
(Que mudanças me trariam seu olhar?).
Em cada suspiro meu um desabafo indiscreto,
meu desespero foi solitário e tão secreto.
E isso tudo me acontecia
naquele tempo que eu não te conhecia.
As horas trouxeram a esperada Primavera
E o amor, enfim, se desabrochou em quimeras,
ouvi seu canto, seus versos e seu contentamento.
Como pudera pequenino, gerar-me tanto sentimento?
Agora compreendo as rimas dessa tua poesia:
Sorrio, pois, meu bem, de outrora eu já te conhecia
E eu (perdoe-me), tão tola, eu ainda não sabia.
09/10/2011