A ROSA E O ESPINHO

Resta-nos o tempo

do tempo que nos resta

Lembranças são frestas

Que adentram com fulgor

Arestas que aparamos

Estas brigas que arranham

As feridas das horas

Defloram a pureza da rosa

Que chora descontente

Suas pétalas que o solo devora

E a poeira é a oficina que

Seca os rastros das lágrimas

Que exalam convulsas

Das marcas da espora

Que a tristeza evapora

Quando tudo passar... Restamo-nos!

Nas horas mortas

Que o tempo devora...