NÃO QUERO AMOR CLONADO (Aleixenko Oitavo)
NÃO QUERO AMOR CLONADO
Não me olha assim
Fico verde-oliva até o umbigo
Estou carente, confuso e em banzo
Sou imperfeito, meus defeitos são triviais
Tenho a marca da paixão gravada em mim
Como uma bruma no campo de batalha
De mais vale a cara tranqüila e beicinho
Nas noites silenciosas chamas meu nome
Nossas vozes não têm mais valor
Nossas juras ainda não foram ditas
Tanta ansiedade me faz chorar
É inevitável; sufocas teu grito
Basta chamar-me, que irei
Vou estar bem perto de ti: sempre!
Um grande amor começa com abraços
Meu coração sempre esteve escancarado
Não existe receita de amor em livros zen
Tão somente buscarei as palavras certas
Numa frase perdida pergunto: até quando?
Resignei, por você estou de luto!
Acende-se uma luz imaginária
As gotas de chuva ciciam seu nome
Na boca o gosto amargo do fel
Não vou deixar morrer o amor
Sei que você é uma mulher equilibrada
Não é desinquieta como uma gata no cio
Você faz tudo copiando de novelas
Lamento que um filho seja um erro
Hoje deixo o destino me levar
Na vida existe a sorte e o azar
Não quero amor clonado em laboratório
Não pode simplesmente me deixar
Seus olhos, de diamantes, faz-me em pedaços
Nosso amor está congelado por dentro
Meus sonhos se perderam
Ando de mãos dadas com o criador
(julho/1983)
Por ALEIXENKO OITAVO, Primeiro Ministro do Reino de Gorobixaba