UMA FLORISTA
Vivi tentativas frustrantes, no encontro do amor
Através do sonho desenhado, no colorido de cada rosto
Meu olhar cigano perdeu-se na busca, além da leitura
Das mãos estendidas, como antiga prece de um vil curador
Em cada luz artificial, doar enfeites, em nova ilusão de ótica
Da indiferença à necessidade, doar carinho, em forma de flor
Para que nesta busca incessante, de uma migalha, ou um instante,
Que traga amor, ou tenha amor, maior do que antes
Prossigo assim, colhendo flores, sentindo espinhos
Simples florista ou jardineiro de alguns caminhos
Se precisar secar o orvalho, serei pequeno raio de sol
Se precisar molhar sementes, posso ser chuva em caracol
Quem sabe lua, ou mesmo estrelas para enfeitar com luz e paz
Ou talvez gotas de cachoeira molhando o sonho que se refaz
Quero ser sempre humilde florista, que vê brilhando em cada flor
Nova esperança, nova conquista, ou a lembrança de um grande amor.
Cler Ruwer