Réstia

A pequena réstia de luz

aos poucos vai desnudando

o pesado escuro

dos dias sem

palavras.

Lá dentro alguém

declama um Poema;

e eu sei das Mandalas

mesmo sem procurá-las.

Cá fora sinto minha

alma rebrotar.

Talvez com um

pouco de adubo,

ela saia do tubo

que, indevido, abrigou-a.

Talvez com o tempo

e mais um e outro

elemento

ela refloresça e frutique,

pois ainda há

quem me peça que fique

e que o amor multiplique.

Talvez alguma paz

chova em seu canteiro,

e o que restava da mágoa,

embarque no trem derradeiro.

Talvez,

eu volte

a ser inteiro.

Para Cristina, esposa amada e eterna companheira.