esquilo curioso

li agora uma das cartas de Freud

para Martha e uma dela para ele,

coisas de mil oitocentos e tal,

fiquei com a dela,

muito mais poética e suave,

menos rebuscada e pesada,

indireta e presumível como a dele –

digna de um cientista, estudioso

e calculista e, por isso mesmo,

talvez alguém sem pudor

prefiro mais o amor

de quem lhe disse “agora, querido,

quero beijar você com o meu coração...

ninguém nos ouvia e ninguém nos via,

e nem mesmo um esquilo curioso

e envergonhado nos perturbava...”

mas ela foi apenas a mulher do Freud,

que se froida tudo,

que se froidamos nós...

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 07/10/2011
Código do texto: T3262703
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