ÁGUAS

Eu sonho com as águas,

Com as águas eu sonho

E moro, desde então,

Nas lágrimas profundas que movem meu rosto.

Sou como as águas:

Invisível e leve como tais;

Sem conta do presente,

Perdido no passado

E ansioso pelo futuro.

Sou um Sol outra vez cortando os mares,

Ondas bravias em desvairado coração.

Eu: um veleiro por entre Sol e Mar.

Tu: o Universo inteiro a me abraçar.

Se a minha alma move o peito

Eu não consigo entender

Pois, sou poeta.

E minhas mãos já tão cansadas,

Tão repletas de vazio,

Já não conseguem mais seguir a linha reta.