horas paradas
me dá tua boca agora
e não diga nada, eu imploro
só faça o que eu adoro
prolongue bastante a demora
da minha língua na tua
meus lábios colados nos teus
teus olhos parados nos meus
me olhando indefesa e nua
na cama nós duas sem medo
as pernas entrelaçadas
na mesma respiração
nunca pra nós foi tão cedo
as horas se encontram paradas
no gozo da nossa aflição
Rio, 17/12/2006