Paris - Londres III

Heitor ensaia sua volta,

adormecido na areia da praia,

de onde brotam sonhos de um navio ausente,

e das cinzas do outro amor incinerado.

Ele grita, enquanto as mãos o sufocam,

para entender o limite da vida.

E a violência de seus olhos incrédulos,

dão sentido à paisagem de granito,

à família que se vai com o vento,

aos escassos vôos de gaivotas .

E num instante, o sonho é minha pátria,

é minha forma de sentir menos compaixão.

Porque a traição tem nome e olhos verdes.

E minha indiferença tem coração distante

e escrita de uma criança que brinca na chuva.