Uma inconveniente espécie de canção de amor…

Vendo o desfilar

E o desafiar

De ideais

Que se desvanecem

E nascem ao mesmo tempo

No fumo de um cigarro

Numa dicotomia

Algo adolescente

De mesmo distante

Por vezes me sentir

Demasiado amado…

Desdobrando-me em mil e um contactos

Entre mim

E o que eu penso seres

Mil contactos

Mil faces

Entre a natureza do que somos

Muito para além do que mostramos

Entre a humanidade…

Falando

Tocando

Sentindo

Estranhos e estranhas

Bebendo a sua forma de ser

Achando-me

Para logo de seguida me perder…

Percorrendo os palcos do mundo

Numa interminável encenação

Na qual experimento vários papeis

Sorrindo sempre quando o pano cai

Porque esta é a minha forma

De sobreviver

A qualquer tipo de desilusão…

E depois

E depois

O final é conhecido

Depois de cada viagem

De cada ausência

Volto para os teus braços

Mesmo que estes por vezes

Sejam uma mera aparência

Porque a tua imagem em mim é

E será sempre bela

Sobrevive e sobreviverá à dor

A qualquer tipo de rancor

Fazendo-me escrever coisas estúpidas como esta

Madrugada fora…:

Uma inconveniente espécie de canção de amor…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 05/10/2011
Código do texto: T3258877
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.