Uma inconveniente espécie de canção de amor…
Vendo o desfilar
E o desafiar
De ideais
Que se desvanecem
E nascem ao mesmo tempo
No fumo de um cigarro
Numa dicotomia
Algo adolescente
De mesmo distante
Por vezes me sentir
Demasiado amado…
Desdobrando-me em mil e um contactos
Entre mim
E o que eu penso seres
Mil contactos
Mil faces
Entre a natureza do que somos
Muito para além do que mostramos
Entre a humanidade…
Falando
Tocando
Sentindo
Estranhos e estranhas
Bebendo a sua forma de ser
Achando-me
Para logo de seguida me perder…
Percorrendo os palcos do mundo
Numa interminável encenação
Na qual experimento vários papeis
Sorrindo sempre quando o pano cai
Porque esta é a minha forma
De sobreviver
A qualquer tipo de desilusão…
E depois
E depois
O final é conhecido
Depois de cada viagem
De cada ausência
Volto para os teus braços
Mesmo que estes por vezes
Sejam uma mera aparência
Porque a tua imagem em mim é
E será sempre bela
Sobrevive e sobreviverá à dor
A qualquer tipo de rancor
Fazendo-me escrever coisas estúpidas como esta
Madrugada fora…:
Uma inconveniente espécie de canção de amor…