AMOR DIVIDIDO

Como um cristal precioso

Que se quebra quando cai,

Como a nuvem que voa

No firmamento quase à toa

E logo em seguida se vai.

Como a folha seca da árvore

Que o vento leva consigo,

Vive este cristal inseguro

Entre lamento e murmúrio

Cumprindo eterno castigo.

Com um amor sem segurança

Na inocência e na emoção,

Vai vivendo como criança

Na mais ingênua esperança

Vai doando seu coração.

Neste ato multe amoroso

Brutal e tão atrevido,

É um amor sem preconceito

Que bate forte no peito

Mas é um amor proibido.

Dividindo este amor no coração

Sensatez ele não tem,

Vai este alguém se acabar

Sem sequer poder notar

Vivendo em total desdém.

Com a divisão do amor

Ninguém fica satisfeito,

Cada um acha que o outro

Tem muito, e ele tem pouco

E a concordância, não tem jeito.

Não podendo mais suportar

A dor desta duplicidade,

Segue este amor sem fronteira

Mais parecendo brincadeira

Fugindo da realidade.

Como um vaso de cristal

Que se quebra quando ao cair

Vivendo no mundo iludido,

Vai caminhando contra o vento

Em seu singular tormento

Este vil amor dividido.

J. Coelho

José Coelho Fernandes
Enviado por José Coelho Fernandes em 05/10/2011
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