Palavras

Hoje, eu senti teus pensamentos enovelados sem conseguir sair.

Senti tua febre, teu martírio, mas, nada pude fazer.

Deixei você ir.

Agora, uma solidão incontida me devolve a quem sou: um ser desmanchado em palavras.

Palavras não abração, não ouvem, não explicam pra mim, o porque, de eu ter que sentir sua falta.

Eu tenho no meu bolso, uma desordem de palavras que não consigo organizar.

E lágrimas fazem parte... Junto com a falta de sono, e minha companhia severa: as palavras.

Severa porque me suga os dias, sem me dar nada pra eu me abster dessas letras melancólicas.

Ao mesmo tempo eu queria tanto algumas palavras de você. Mas, hoje, você se absteve de mim.

Esse quarto sem ruídos humanos me faz morrer um pouco mais a cada noite.

E quando e acordo, sinto o olhar crônico do meu peixe para o nada, e as formas que ele encontra pra se esconder de mim no seu vidrinho tão pequeno.

Queria aprender com ele a me esconder de mim.

Estamos aqui, eu, o quarto e o peixe... Será uma longa noite.

vivi star
Enviado por vivi star em 04/10/2011
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