Papéis
O primeiro som da ilusão me tocou,
e nunca mais saiu de mim.
Um falso bem estar me viciou.
Silêncio,
tudo me perturba,
tua voz é outro medo que se instala em meu peito.
Tenho feito colagens de mim mesma,
e vivo me rasgando.
Não acho mais meu corpo.
Demoli meu coração, e hoje, estamos em ruínas.
Eu, e ele.
Quanto eu ainda poderei existir,
se a minha volta,
há uma pilha de papéis voando?
Se desgastam minhas falas,
e crescem meus vestidos.
Há uma teia perigosa se fazendo em minha frente,
o futuro não se mostra.
E eu conto os dias para o fim dos meus.