Querid@ Amig@,

O touro,  personagem principal desta bela poesia de Aldo Urruth
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"Tauromaquia

A arena: “ El Baile de las Estrellas”

A cortina sonora um “flamenco”
Todos pares do baile o elenco
O lindo: a bela boca e a saia vermelhas
E a beleza acentuada pelas sobrancelhas...
Dois acentos negros circunflexos
Setas indicando a morada da razão
Que alertava dos possíveis reflexos
Se a dança contrariando os nexos
Cumprisse as ordens do seu coração

Mas eu, um basco, com sangue de Miúra
Rebentei a casco o portão do curral
E enfrentei de frente aquele olhar fatal.
Escarvoei na areia e fui à criatura
Que elegante e com desenvoltura
Transformou em capa o vestido vermelho
Fez de bandarilla o leque que fechava
Me vi em seus olhos, um partido espelho
E cada vez que eu touro a atacava
Abanava um não em sinal de conselho

Mas não aceitei, ela não tinha anel
E se não tinha, razão não havia
Para ser aquela toureira tão fria
Que tinha os olhos bem da cor do mel
Decidi morrer naquele redondel
Se preciso fosse, como o “Almendrito”
Que foi estocado quarenta e seis vezes.
Mas eu não queria só morrer bonito
E lutaria tudo como poucas vezes.
Queria morrer, mas como o Rei das reses.

Segui no ataque e com gesto estudado
Planejei com calma a última carreira
Se errasse aquela perdia a Toureira
Beberia a areia o meu sangue encarnado
Mas por milagre eu fui indultado
Como fizeram com o “Jaquetón”
Que ganhou o indulto por tanta nobreza
E eu por lutar fui elevado à Alteza
Ganhando um beijo num lenço a batom
Escrito: “Tuyo es mi Corazón”."

Quando li a poesia, imaginei "Habanera", de Bizet, como fundo musical,  porque a li sob o ponto de vista da toureira; mas, concordo com  Aldo, melhor " Malagueña Salerosa", combina com o ponto de vista do touro...:)


Então: Malagueña Salerosa:

 http://youtu.be/sK444wK25cI


( poesia de Aldo Urruth, republicada  no Recanto das Letras, em 14/09/2011)


Angela...:)