amor de fronteira

minha senhora

é tanta a saudade

que a palavras

já calaram

perderam a hora

choveram em balde

tropeçaram nas lavras

e arvoraram

não tenho mais intento

de dizer coisas amenas

de falar de sexo

ou viver paixões diversas

acho que já nem tento

buscar outras melenas

tudo é meio sem nexo

sem a palavra que versas

estou parido de dor

como sebastião flexado

estou como o sol do inverno

sem que nada tente

não tenho nenhum amor

nenhum prego fixado

não tenho céu nem inferno

nenhuma traição em mente

estou a deriva no cais

olhando o horizonte de longe

como um reles mortal

alheio e sem porto

já não verso como os tais

nem elevo como um monge

estou sem açúcar nem sal

meio parado, meio morto...

O Santo
Enviado por O Santo em 30/09/2011
Reeditado em 30/09/2011
Código do texto: T3250486
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