Tua flor
Pus assim meus pés em ti e finquei chão
Não era terra fofa, nem terra roxa
Era terra sem dono, um oeste árido
Não joguei sementes...
Apenas finquei meus pés e ali fiquei
Sob sol e chuva ao relento em tuas poeiras
Quanto de minha vida passei ali parada... não sei
Mas, meus pés tinham vida própria e ali permaneceram
Fincados em teu solo... sem morrer... sem germinar
Pus enfim meus pés em ti e finquei
A despeito de minha crença ou descrença
A despeito de minha alma sonhadora
Passei por seus tremores
Passei por suas fases tórridas
Passei por suas tempestades de verão
E ainda asssim permaneço fincada
Numa fé centenária de flor
Contorcendo-se e torcendo por tempo bom...