Nossa vida, nossa morte

Nascemos para ficar juntos,

nascemos para viver juntos,

nascemos para morrer juntos,

e assim que vai ser,

assim que vou me esforçar para ser,

quero chegar todo dia em casa,

sentir teu cheiro,

beijar sua boca,

enlouquecer com teu sexo.

E não é um erro que vai estragar,

estragar toda a nossa história,

todos os nossos sentimentos.

Já ouviu aquela frase:

"errando é que se aprende",

te pergunto.

E te respondo ainda,

aprendi que essa frase é real

sério, aprendi.

E não são palavras ofensivas, desejos sombrios,

ligações provocativas, e-mails mal escritos

que vão acabar com nossa história.

Nossa história está apenas começando,

e poderemos contar para nossos filhos,

a nossa história.

Sei que te magoei,

sei que te fiz sofrer,

mas o arrependimento que sinto agora é maior,

é mais forte,

eu me arrependo, amor.

Me arrependo de ter colocado uma mancha negra em nosso livro,

uma poeira,

um lixo,

um verme,

um detrito,

um carrapato.

Tudo vai ficar bem.

Tudo!

Te garanto.

Nosso livro ainda está nos primeiros capítulos.

Quando eu morrer, ao seu lado, será o capítulo final.

E a capa? Uma foto nossa!

Aquela que mais gostamos.

Aquela que foi rasgada por mim.

Num ato enlouquecedor, ensurdecedor, aterrorizador,

dramático, louco, escasso, um ato com um pedaço de miséria.

Um ato podre, sem pensar.

Me desculpe!

Quero ficar contigo, quero mesmo, Jean.

Me perdoa?

Eu te perdoo.

Te amo.