FANTASIAS
Somos dois unificados em uma estrela,
Que se chama amor de cego
Porque nós não podemos vê-la,
Mas, comovida eu a enxergo.
Como um jardim vazio e aterrado,
Assim ficou nossa emoção;
Porém, com meu carinho hei de regá-lo
E reflorir com ternura a flor-paixão.
As juras que ao meu ouvido fizestes
Ainda ecoam zumbindo com o mesmo ardor,
E eu as guardo e como uma rosa floresce
Para entreter o meu tão sofrido amor.
Nada haverá de tão louco nessa vida
Quanto a um poeta quando enfrenta suas dúvidas;
Pois ele é saga, é vento, é fera ferida
E suas garras viram versos em doses múltiplas.
Então vai, caminha, ou vem ao meu encontro;
Quero de ti essa distância diminuir...
Se pelos ares navegas em qualquer ponto,
Sonho tem asas e fantasias hão de fluir.