DIZ PRO MEU AMOR
Vem de encontro ao drama construído a partir de tua irradiação
E traz a solução para os enigmas perdidos em meio à fantasia
Pois este que te ama em demasia já não consegue discernir a ilusão
E sente os lábios teus na imaginação, tal como os hálitos da maresia!
Diz para o destino que a culpa está em seu namoro com o acaso
Que a pétala unida ao vaso, cresceu caída ao solo mais fertilizante
Que há despontado um tosco horizonte em tarde vinda sob atraso
E que o ocaso tornou-se a noite ingrata desse pálido mirante!
Faz acreditar o meu amor que não é ele algo mais que breve brisa
Que o insucesso o prioriza, devido ao pouco brilho de sua luz
Convence-o que a ti já não faz jus, que nele teu afã jamais se realiza
E profetisa o fim do desapego que em ti se contradiz e me conduz!
Quem sabe assim o meu amor será capaz de se enganar
E acreditar que haja alguma finitude nas veredas da imensidade
Tirando os trajes da verdade pra não morrer do que prefere se trajar
Diz pro meu amor deixar de te amar e na loucura achar alguma piedade!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor