ADMITE

Tu insistes em querer ser como uma brisa que vem e livre,

Depois se vai.

Tu queres ser como ave que ainda não construiu seu ninho

E por isso voeja aqui e ali sem poder parar.

Tu queres ser como o mar, que em sua inconstância, mesmo louco pela areia

Não sabe a ela se doar...

Tem que ser assim? Tem sempre que de mim

Ir-te embora?

Se como agora,

Estás sozinho, clamando por minha companhia...

É preciso viver sem porto? Sem cais?

Se teu corpo

Anseia aportar nos apelos e delírios dos meus ais

Nos sussurros da alegria que o encontro de nossas fantasias

Nos traz?...

Quem te disse que ficar é pior que ir embora?

Quem te disse que doar-se por inteiro dói?

Dá-me amor, teu coração, esse segredo que guardas no peito,

Esse medo de amar que tu escondes atrás de tuas filosofias...

Eu sei, que a tua insônia é saudade de mim

Que o desassossego em teu colchão,

É tua emoção clamando por me encontrar.

Bobagem tua achar que estás livre,...

Estás cativo em minhas entranhas

Desde o dia em que me conheceu

E todas as vezes que teu corpo se assanha

É por mim que clama

Desejando voltar para o ninho construído em segredo

Sem que tu percebesses, ... no porto de meu corpo, em meu sexo

E eu sei que me queres, me amas...

Admite,

Ou morra iludido em outras camas que não a minha...

Irene Cristina dos Santos Costa – Nina Costa, 29/09/2011

Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 29/09/2011
Reeditado em 29/09/2011
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