Melodia Encantada
Não dou destino aos meus versos,
Eles já são da poesia vinda do jardim,
Do teu jardim alvo e das lânguidas cores
Raiado em preitos, em torpores do vinhedo!
Nas águas espelhadas do sempre,
A lua te reverencia num jogral melancólico
Transcendendo pela madrugada caindo suave,
Amante entre os umbrais, manjedoura pelo olhar!
No peito a dor da saudade insinua,
O beijo escarlate mensurando o sentir
Tatuado nos veios d’alma, no voejo da voz,
O soneto brilhante, o sorriso instigante!
O som dos tecidos divaga solene,
Envolvendo-te ametista como as linhas do paraíso
Desenhando em amiúdes teu querer nostálgico,
Sedento em gemidos, sutil em caricias!
Sobre o véu a melodia encanta,
Atravessando mares e universos únicos
Ao mesclar das peles, do colo afagando a face,
Do silêncio idílico, do olhar imprimindo o amor!
Auber Fioravante Júnior
06/09/2011
Porto Alegre - RS