Poema 0930 - Horizontes

De frente para o horizonte

meus olhos atravessam o mar,

corre com o vento em direção leste,

como se lá fosse a linha da felicidade.

Tuas loucuras foram tatuadas na mente,

depois, o mundo ficou pequeno,

nas noites não param estrelas no céu,

no poente apenas um pedaço de saudade.

Nenhum corpo é invisível à paixão,

a carne é como areia ao sol,

onde ondas de tesão batem e voltam

trazendo a vontade do prazer.

Ando exausto atrás dos perdidos,

abraços, beijos, noitadas,

como naquelas noites de vinho e amor,

depois sonhos, milhares de sonhos.

Corre vento, leva saudade daquele corpo,

dissolva as nuvens que abraçam o tempo,

misture meus líquidos as ondas de calor

e me ensina como reencontrar a vida.

Estou enfurecido com meus medos,

a paixão anda lenta como sombra sem sol,

a noite pára no meio da madrugada,

quando amanheço não sou nada de ninguém.

Poderia me esquecer aqui, de frente pro mar,

entregar-me ao destino, cegar meus desejos,

sonhar outras loucuras só minhas,

sem remorsos, sem não, sem sim, apenas eu.

21/12/2006

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 21/12/2006
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