Fale o que quiser amor
Fale o que quiser amor
Marcos Hume
A minha visita te escrevo,
Neste dia triste,
Que anda mais tarde,
Em cada verso verde.
Fale o que quiser amor,
Nessa pobre caminhada,
Que o amor nada pode negar,
Nem olhar um passado.
Foram cruéis tuas palavras sem razão,
Matando meu sonho esperado,
Que bate na tua crueldade,
Que esquece a felicidade.
Passos lenta da minha vida,
Vai te salvar da desilusão,
Do tempo que te faz sofrer,
Vendo cinzas deixadas.
Sento na minha tristeza,
Revendo cartas minhas,
Em minha gaveta antiga,
Que é a minha única amiga.
Nela eu guardo poesias,
Que você nunca viu,
Nem vai ler,
Mesmo querer conhecer.
O rancor você vai ter na vida,
Por ter perdido o amor meu,
Que fala em cada verso leal,
Que dança nesse papel.
Levo flores numa canção,
Feita na minha dor repetida,
Que anda sempre aqui
E não me deixa sozinho.
Fale e não se cale,
Nessa melhor hora amor,
Que vai te explicar tudo,
Que queira saber.
Não tenho mais amor,
Perdendo o gosto da flor,
Que acha no tempo de dor,
Aprendendo tudo na mira do rancor.
Minha amada Lilica:
Eu quero te cantar esses versos,
Estranhos com metáforas coloridas,
Na pior mão do poeta nascido.
Nasce tudo que faço,
Na recordação do laço apertado,
Que você fez alvorecer,
Em tua cegueira.
Olhos da cor da sinceridade,
A verdade nascida,
Dos traços arrancados,
Do anseio emprestado.
Não chore hoje,
Eu sei que andas escondida,
Em teu quarto sem cor,
Que estão gastos por tempo.
Vejo que sofres,
Na cozinha de sua casa,
Sendo forte e fraca,
Sem querer a visão minha.
São tatas horas perdidas,
Na espera de uma lida,
Pelo o teu desprezo,
Que é tão fresco.
Essa saudade te deixa,
Em meu cantar novo,
Que vai te acordar bem cedo,
Na madrugada sem infinita.
Escrito por: Marcos Hume
Para Lilica