Leitura

Eu não sabia ler a rosa,

a rosa

que se abre qual um livro

com páginas grafadas de esplendor.

Não lia as frases da lua

escritas em quartos

em fases de penumbra e claridade

cativas à vontade do amor.

Eu sabia a melodia das ondas

só de ouvido,

os olhos não liam

a partitura das marés.

Analfabeto dos vocábulos celestes

não li o teu destino de estrela

nem vi, nos meteoros,

meu desígnio...

Tu me ensinaste,

aprendi a ler contigo

a linguagem universal da poesia,

estudando eternidade nos teus olhos.