ARDENTES CHAMAS
De mãos sobre a face estou há pensar.
Olho pela janela e vejo carros que passam
naquela longa estrada deserta.
Estou inquieto mastigando minha angústia
sem saber me desvencilhar de um passado
que não consigo me libertar.
Meu Deus!Já é hora de dormir.
Mas como dormir!Ouço a tua voz a todo
momento nesse silêncio.
É o silêncio do meu quarto do teu es quarto.
Pergunto ao meu ego:Por que tanto orgulho?
Se o amor é pura ternura.
Enfim levanto a face e reflito
maldita é essa minha desvairada solidão
trancado nesse quarto.
Preciso me encontrar
e sentir que não estou dormindo nem sonhando
mas em te estou pensando.
Levanto pela manhã um só travesseiro um só cobertor
uma só escova e um par de sandália que deixaste
como uma simples recordação.
Penso na noite que logo irá chegar como tormento
em forma de solidão.Em gotas de orvalho,de saudades
na minha sofrida imaginação.
As vezes olho-me no espelho
vejo como um simples companheiro que não fala
mas sublime retrata meu semblante cansado.
Há!..Como queria dizer que te amo!
Não pudemos viver em pleno oásis da solidão
não existe razão sem a própria razão.
Então se o amor nasce dessa tal razão
É um sinal que ele é puro e livre de qualquer
preconceitos.
Ele é simples,as vezes é cego,crítico,sofrido
recíproco,não correspondido,bem amado
mas é forte e tem sede,tem chamas.
Por isso esse triste coração te clama!
Volte!Não deixe apagar essas ardentes chamas
que o fogo do nosso amor,um dia acendeu...
JOSÉ ANTONIO S. CRUZ
Salvador-Bahia, 23/09/11.