A sombra do tempo assustador
A sombra do tempo assustador
Marcos Hume
A sombra do tempo assustador,
Anda repetindo a dor sempre,
Causando valores irreais,
Na pele frágil.
O toque lento de cada corte,
Nos leva no ataque fantasma,
Que fere tudo que conheço,
Em hora nova.
O medo inventa pesadelo,
Levando a madrugada cedo conhecer,
Relembrando assombração,
Do vulto real.
Nada posso esquecer,
Nem o mergulho do olhar,
Que me leva até você,
Vivendo linhas tristes.
O pensamento nos banha,
Em cada encontro assombroso,
Maltratando minha vivida lei,
Que faz perder a voz.
Velório mastigado na jogada,
Na par da ignorância,
Que pertence a nós,
Em cada lamento.
O desfile novo,
Que esse povo conhece,
Vai te abraçar sem vergonha,
Vendo tua bela raiva.
O sorvete no inverno te aperta,
Sobrevivendo todo esse frio,
Que revela na tua vontade,
Do preço a pagar.
O teu império sempre cairá,
No dançar desonesto,
De cada frase preta,
Pintada no quadro.
Uma rosa estranha eu vi,
Nesse céu de choros,
Que a queda veio crescer,
Levando promessa,
Da miragem.
A tua mão nua,
Venho até a minha lua,
Acordando a maldição,
Da separação.
A faca ferroada do assalto,
Toca a minha ferida aberta,
Que ensina sobre a dor,
Que anda comigo.
Sei que levei a vida toda,
Pra compreender o amor,
Que me deixaste no coração,
Banhando de cortes.
Aprendo com a vida,
A nossa lenda antiga,
Que me afasta de você,
Nesse dia igual ao meu.
Você se deita outra vez,
Na fantasia louca,
Que é inventada por você,
Pra não dizer nada.
O manuscrito nasceu hoje,
Montando todas as pedras caídas,
Que foram levadas pelo incerto,
Jogando no caminhão de lixo.
Quero te mostrar a minha infelicidade,
Que é carente demais,
Imaginando nós dois,
Numa dançante lembrança.
Será que sabe o que dói em mim?
Será que conhece a dor?
Será que precisa apanhar pra saber?
Será que imaginará o corte?
Escrito por: Marcos Hume