AMOR APENAS SINTA...

Sinta a força do vento

Tocando seus cabelos

É meu carinho renitente

Perdido na corrente

Como um pecador no convento

Sinta a calmaria do lago

É meu afago

Sinta as folhas rodopiando

São minhas histórias da vida

Ciranda cirandando

Vaga que vai vagando

Sinta a eternidade da hora

Minhas esperas que o tempo deflora

Sinta os raios do sol tocando a terra

Minhas carícias que no céu se encerra

Sinta o remanso do barquinho passando

Minhas mãos indo ao teu encontro

Canta encantando sonhando vai remando

Sinta o murmúrio dos passarinhos

Trinando em melodiosa melopéia

É o espelho de minha idéia

Que reflete minha odisséia

No peito inerte desta plebéia

Jogue uma pedra no rio

Sou eu correndo para o mar

Devolvendo-te minhas

Translúcidas verdades em te amar

É maré cheia que serpenteia a beira mar

Sinta o desabrochar da flor da manhã

É a esperança que chega como um talismã

Iemanjá orixá feminino azul marinho e maçã

Chegando bem cedinho de manhãzinha

Trazendo avelã pra você com cheirinho de hortelã

Sinta as palmas coqueirais

São as asas de minha ternura

Que por ti não morrem jamais

Sinta as nuvens sem rastros

São meus beijos de alabastro

Perdidas no caminho

Ao encontro do seu ninho

Rimando queijo com vinho

Sinta a cor que retinta em tudo

São meus sussurros na orelha da flor

Apenas sinta entrar o colibri do amor