CINCO MINUTOS PARA MEIA NOITE

Desce desses montes de terras incultas e planícies vazias, minha pequena loba.

Arrasta-me entre seus dentes,

Afaga-me com tua pele e seus pequenos pêlos amarelos

Guarda-me junto a tua matilha de pernas e coxas.

Não roubarei tua inocência e nem tuas palavras e cantos de murmúrio.

Não tenha medo de minhas armaduras de soldado de ferro.

Aproxime teu corpo no meu e dance esta ultima valsa de pecadores.

Deixa o vento tocar seus cabelos a minha sepultura.

Entre os alinhamentos da lua branca e antes que os demônios esfolem minha dignidade.

Talvez assim descansarei em paz.