NUNCA NASCI ANTES DE TI

Agora vejo flores tapeteando as linhas do infinito por sobre a aurora

Pingos de amora precipitam-se das nuvens e matam a sede da relva

Mesmo em fria noite de granizo e que neva, algo aquecedor aflora

Tal como a flor que todo espinho ignora e o verde que no deserto se conserva!

Agora compreendo que nada houve nessa linha temporal que te precede

Que tudo quanto antecede o teu sorriso, sequer foi vida

Que o ponto de partida dos meus dias possui cronologia muito breve

Se dando assim que teu abraço me recebe e que teu peito me convida!

Eu fui a própria insignificância humanamente trajada e o farrapo andante

Porém no dado instante em que te vi, me vi afortunado

Ali fui concebido e destinado para ver-me amado e ser amante

E consoante teus vazios, para eles desenhado!

Agora, enfim, posso dizer que desprovido de teu ser, eu fui inexistência

Tudo que havia era mera aparência, fingindo em mim sobreviver

Eu era noite desejando amanhecer, um triste show sem opulência

E agora sou um advento em evidência, pois só depois de ti, eu consegui nascer!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 21/09/2011
Reeditado em 21/09/2011
Código do texto: T3232222
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