O Silêncio do Amor
Houve um tempo em que meu pulso pedia sua fala.
Não numa prosa qualquer, mas como o do néctar da flor.
Como se eu então fosse as pétalas em silêncios.
De um jeito que você só balbuciasse adivinhos.
Estaria ali frente a mim de todos os ângulos.
Neste estar diante de qualquer maneira em beiras,
você estaria decantando minhas palavras mudas.
Porque delas você era, então, o centro que sonhei.
E o que você diria enfim? O que sonhei eu?
Você diria que todo nosso ato de amor
fora completo, completo de uma completude
que apenas o centro amarelo de uma flor
seria capaz de sugar entregando o pó.
O pó que esvoaça em nossas narinas.
O aroma então nos faria misturar
o círculo colorido e redondo às pétalas.
E nossos corpos seriam a natureza
repleta porque no fim nossos desejos
seriam mais raros e meu silêncio
que de segundo a segundo lhe dizia em
meus atos o quanto o amor era amor
se veria então compreendido.
O amor seria um ato único em sua palavra única.