Quero te dar o amor que reservei em segredo

Sei que não me queres mais

Nem ao menos ouvir minha voz tão sofrida

Que desistira de continuar nosso amor

Que já não sou parte da tua vida

Mas deixe-me ser tua migalha, tua palmilha

Deixe-me ser tua sombra, a sombra da tua sombra

Teu cachorro, teu gato...

Não tenhas um peito ingrato

Deixe-me, serei como um porta-retrato

Estático, frio, mas na cabeceira da tua cama

Deixe-me ser o tapete da sua soleira

Qualquer coisa que esteja perto ainda que não seja tocado

Qualquer coisa que apenas tu olhes, tire para que não tropeces

Qualquer coisa... qualquer coisa...

Já não sou eu sem você

E nem mesmo a sinfonia da alma me acalenta

Sem teus carinhos a vida perde sentido, esvazia

Sem teu abrigo, oh! Tamanha tormenta

Quero te dar o amor que reservei em segredo

Tocar-te com a ponta dos dedos

Esfregar minhas mãos em teus cabelos

E no mesmo ritmo poder te beijar

Fazer da noite uma ciranda em festa

Do nosso regalo uma doce poesia

Ser teu amigo, abrigo, seguro

Ser o teu muro, tua paz, tua calma

Ser teu divã, tua rede, tua sauna

Ser tudo, enfim...

Pois sem você não sou eu o que sou

Nem ao sequer me reconheço nessa paúra

Sem você sou menos que nada, sou deserto

Com você por perto... poesia, sou ternura

FidelisF
Enviado por FidelisF em 20/09/2011
Reeditado em 24/09/2011
Código do texto: T3231485
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