INEFÁVEL AMOR...

Tu sabes tanto de mim.

Antes de mim… De tudo…

Quando um dia… era tudo NADA.

Ou quando o NADA… o era apenas a nós.

Não… não acredito neste tal de “sono eterno”.

Seria muito monótono. Não combina contigo.

Acredito na face volátil e eterna. Na essência tua em nós.

Somos livres… E de tão livres… podemos nem querer-te bem.

Nem mal… nem nada.

Silencio… olho a minha volta…

Tudo é movimento!... De certo, não és monótono.

Tudo o quanto é teu se move e tem cor!... Um exímio Artista.

E quanta sensibilidade… Cores infinitas… Infinitos tons e dons!

És o próprio dom. Inclusive o materno.

Vejo-te sempre… nos olhinhos despretenciosos dos “animaizinhos”.

No afago da criança… e, fundamentalmente, no meu silêncio.

Ah… já tive vários templos… todos de pedra e hipócritas.

Hoje… meu templo-corpo… Casa tua.

De certo, um tanto desarrumada.

Mas no meu templo este… silencio a ti.

Ora oro, ora peco, ora choro… por teu colo quente.

Por tua mão que afaga e abranda tudo em mim.

O meu mar revolto… só tu acalma-o. Faze-o dormir.

Sopras brisas de sentimentos aos meus ouvidinhos de filha…

E levanta-me a noite, ainda dormindo…

E faz-me acordar envolta em palavras… barulhos de passarinhos…

Melodias de anjos bons… que eu jamais as saberia cantar ou contar.

Num unvierso fora de mim- templo teu.

Pois tudo o que há em mim… é teu.

Nada sou… quando dano-me e procuro-te em mim… e não estás.

Colorido és… de infinitos tons… todos teus.

Perfumado… como as águas que caem dos riachinhos e levantam o cheiro da terra.

Movimento… sei que gostas muito de movimento.

Porque tudo o é que vivo… move-se. Com ou sem ti.

E tens um enorme senso de humor…

Presente nas molecagens das tuas criaturinhas “bichos”.

E como és detalhista… Andei a olhar as perninhas das formigas…

As nervuras das asinhas das borboletas.

E preciso… nem mais, nem menos. O exato.

Nada sobra. Nada excede.

Eu excedo-me. Sempre.

E retorno ao templo de mim… todos os dias.

E silencio. E sinto o teu Amor por mim.

O teu nome?

Há vários… Prefiro Jesus.

Karla Mello

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 20/09/2011
Reeditado em 05/10/2017
Código do texto: T3231015
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