Esse texto leva o nome do livro de Zíbia Gasparetto, empresária e escritora espiritualista paulista. Meu texto não tem regras mais aprendi que gostar é sentir com a alma, e minha alma é livre até para entrar no livro e viver a minha história de amor...



A Vida Sabe o Que Faz



Nem sempre o fim é o ponto final
Fico pensando o que será que sente uma moça
Ao ver seu noivo partindo rumo a Segunda Guerra Mundial
Acena na despedida e na alma soluça um lamento
Ele por sua vez a olha prometendo a si mesmo juras de casamento
Mas a guerra machuca a alma o coração e o corpo
Chega a notícia que o jovem soldado foi dado como morto
A moça então corre sem rumo pelos campos
Ergue a barra do longo vestido e alvoraça os cabelos num infinito pranto
Desesperada começa a gritar de tanta dor
Ela ainda desconhece que na vida existem várias formas de amor
Eu não acredito mais em Jesus e em nada que venha do céu
Ao ouvirem isso
Os protetores de mãos dadas rodeiam a fragilidade de Raquel
Mas dizem que a vida sabe o que faz
A moça retoma a vida na linda e pacata Batatais
Lá tranca seu coração
Joga a chave fora no abismo profundo da escuridão
Até um dia conhece um outro rapaz
Diante do espelho o sorriso dela aos poucos se refaz
Caminha a passos largos para uma nova realidade
No seu peito o amor do passado parece dar lugar agora a saudade
Depois de cinco longos anos
O soldado reaparece pois sua morte não passou de um terrível engano
Ele chega cobrando o compromisso e com os olhos brilhando ainda mais de paixão
Mas a moça o repele pois sua palavra transforma em chumbo seu meigo coração
O soldado se revolta por perder o vigor e o grande amor da juventude
Começa a dedicar sua vida aqueles que não possuem nem pão nem fé e nem saúde
Enquanto a moça se cobre de flor de laranjeira com cetim e branco véu
O amor quando verdadeiro não precisa de rituais querida Raquel
A poucos metros de entrar imaculada na matriz
A moça olha para o lado e vê o soldado como ela profundamente infeliz
Fazer outrem infeliz é muito pior do que dizer um não
A quem fica no altar a moça pede perdão
Na poesia e na vida não existe poema mais bonito do que aquele que brota da alma e do coração
Se na guerra caem bombas que matam inocentes que olham para o céu
Que os anjos joguem flores no momento em que o soldado abraça
Para sempre sua Raquel...



                                                          

                                                                    
Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 19/09/2011
Código do texto: T3229187