Êxtase II


Você não me vem apenas de madrugada
Agora chega a qualquer momento
Sem hora marcada
Nem mais pede licença
Invade meus pensamentos
Me envolve numa imensidão de carícia
E me transporta ao paraíso



Me sinto totalmente abduzida
Me entrego de tal maneira
Sem oferecer resistência
E Sem pedir clemência
Me torno prisioneira em seus braços

E as nossas geografias se misturam
Ora sãos as minhas mãos
sôfregas e ternas a um só tempo
que percorrem toda a extensão do corpo amado
Até que encontram em sua boca um oásis
Para matar a minha sede de seus beijos

Ora são suas mãos, meu querido,
Que resvalam pelo meu ser prenhe de desejo
Numa sutileza de carícias
Que me viram pelo avesso
Que despertam os meus sentidos
E que me fazem tão sua
Completamente


Ah, meu amado!
Em que livro de magia aprendeu
As artimanhas da sedução?
Em que momento o nosso encontro
Foi tramado pelos deuses?

Hoje suas digitais
Estão por toda parte
São visíveis para mim
Te sinto
Te pressinto
Seu cheiro está grudado em minha pele


Ah, essa eloqüência no querer
Essa maneira escancarada
De pertencer um ao outro...

Ah, você
Que me decodificou quase inteira
Que me deixou sem eira nem beira
Desarmada em minhas convicções
Mas tão feliz!