Fecho os olhos
Fecho os olhos, vejo o claro e o escuro.
Recosto a cabeça na mesa,
Lembro do amor mais puro.
Penso numa frase coesa, lembro da gente sentados no muro.
A minha mão empunhando a caneta no papel
Com leve firmeza,
Água escorrendo da face como escorre de copo com furo.
O espelho separando o feio da beleza.
A vivência cadente,
O amanhã se parece com o hoje.
Quem diria?
Quem preveria?
Palavras habitando folhas,
Criando mundos paralelos
Na onipresença do que é conhecido.
Rituais simples que nos diferenciam.
Chuva que escorre, vento que passa,
Noite que sibila o breu...
Um abraço do dia unindo os sentimentos.
Que quereres realmente cabe aqui?
Não suponho outras percepções,
Não afloram nascentes do chão.
O vazio está no desuso e no coração (?)....
O abismo se distancia,
Naquela noite se as bocas se unissem,
O que realmente aconteceria?
Haveria concordância no mesmo sentir?
Qual elo de agora em diante vai surgir?