Repouso
brisa31.blogspot.com
(...)Dá-me tua mão
E eu te levarei a gozar a alegria do solo
[ agradecido,
Te darei por leito a terra amiga
E repousarei tua cabeça envelhecida
Na relva silenciosa dos campos.
Nada te perguntarei,
Apenas ouvirás o cantar das águas adolescentes
E as palavras do meu olhar sobre tua face muito
[ amada.
Repouso – Adalgisa Nery
Dá-me tua mão
E eu te contarei da estranheza de todos os caminhos
[longe do aconchego do teu abraço
E te contarei das canções que escolho para te encantar
[e das histórias para te fazer rir e sonhar
Dá-me tua mão
E eu te farei entender o quanto é bom tua presença
[silenciosa, falante ou furtiva
Que nas nossas idas e vindas, meu lugar será sempre
[ do teu lado
Sonhando os sonhos possíveis, vivendo e amando
[segundo nossas necessidades
Dá-me tua mão
E te aninhas em meu regaço
E eu te farei saber o quanto me faz bem
[respirar do teu lado
O quanto és amado e desejado
E o quanto preciso do teu cuidado, do teu sorriso,
[da tua paz, do teu amor.
Repouso - Edna Lopes
*Amo a poesia de Adalgisa Nery!
Abaixo, um fragmento de sua grandiosa biografia
Da Série uma Música, um poema, outro texto.
Adalgisa Nery, poeta, jornalista e política, morta há 30 anos, em 7 de junho de 1980. Atuando em áreas tradicionalmente masculinas, Adalgisa colecionou amores e, também, alguns desafetos, mas conquistou reconhecimento e espaço na intelectualidade brasileira. No fim da vida, Adalgisa escolheu a solidão, recolhendo-se num asilo em Jacarepaguá.
Adalgisa Nery estreou na literatura após a morte do pintor modernista Ismael Nery (1900 - 1934), seu primeiro marido. Viúva, casou-se com o chefe do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) da ditadura Vargas, Lourival Fontes, desempenhando um papel crucial nas relações entre o Estado Novo e os intelectuais. Em 1954, após o suicídio do presidente, já separada de Lourival, Adalgisa estreou no jornalismo, fazendo carreira no jornal de Samuel Wainer, Última hora, ao assinar a lendária coluna “Retrato sem retoque”, espaço em que abordava, diariamente, com tom nacionalista, assuntos de política e economia, atacando os desafetos políticos.
Tendo a elegância como marca, andando sempre com cabelos e unhas impecáveis, Adalgisa atuou no campo intelectual, transgredindo na prática o papel da mulher, desde os anos 1930. A poeta deixou um legado para as mulheres que hoje ocupam lugar de destaque, principalmente no campo jornalístico.
“Ela escrevia com muita personalidade e voz própria. O exercício do jornalismo diário com textos políticos foi o que elegeu a deputada Adalgisa Nery, uma mulher sedutora e, ao mesmo, tempo muito dura”, afirma a escritora e jornalista Ana Arruda Calado, autora da biografia Adalgisa Nery, muito amada e muito só (Perfis do Rio, 1999), o único livro sobre a trajetória da poeta, que está esgotado.(...)
Por Ramon Mello. Ler mais em http://www.saraivaconteudo.com.br/Materias/Post/10336
brisa31.blogspot.com
(...)Dá-me tua mão
E eu te levarei a gozar a alegria do solo
[ agradecido,
Te darei por leito a terra amiga
E repousarei tua cabeça envelhecida
Na relva silenciosa dos campos.
Nada te perguntarei,
Apenas ouvirás o cantar das águas adolescentes
E as palavras do meu olhar sobre tua face muito
[ amada.
Repouso – Adalgisa Nery
Dá-me tua mão
E eu te contarei da estranheza de todos os caminhos
[longe do aconchego do teu abraço
E te contarei das canções que escolho para te encantar
[e das histórias para te fazer rir e sonhar
Dá-me tua mão
E eu te farei entender o quanto é bom tua presença
[silenciosa, falante ou furtiva
Que nas nossas idas e vindas, meu lugar será sempre
[ do teu lado
Sonhando os sonhos possíveis, vivendo e amando
[segundo nossas necessidades
Dá-me tua mão
E te aninhas em meu regaço
E eu te farei saber o quanto me faz bem
[respirar do teu lado
O quanto és amado e desejado
E o quanto preciso do teu cuidado, do teu sorriso,
[da tua paz, do teu amor.
Repouso - Edna Lopes
*Amo a poesia de Adalgisa Nery!
Abaixo, um fragmento de sua grandiosa biografia
Da Série uma Música, um poema, outro texto.
Adalgisa Nery, poeta, jornalista e política, morta há 30 anos, em 7 de junho de 1980. Atuando em áreas tradicionalmente masculinas, Adalgisa colecionou amores e, também, alguns desafetos, mas conquistou reconhecimento e espaço na intelectualidade brasileira. No fim da vida, Adalgisa escolheu a solidão, recolhendo-se num asilo em Jacarepaguá.
Adalgisa Nery estreou na literatura após a morte do pintor modernista Ismael Nery (1900 - 1934), seu primeiro marido. Viúva, casou-se com o chefe do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) da ditadura Vargas, Lourival Fontes, desempenhando um papel crucial nas relações entre o Estado Novo e os intelectuais. Em 1954, após o suicídio do presidente, já separada de Lourival, Adalgisa estreou no jornalismo, fazendo carreira no jornal de Samuel Wainer, Última hora, ao assinar a lendária coluna “Retrato sem retoque”, espaço em que abordava, diariamente, com tom nacionalista, assuntos de política e economia, atacando os desafetos políticos.
Tendo a elegância como marca, andando sempre com cabelos e unhas impecáveis, Adalgisa atuou no campo intelectual, transgredindo na prática o papel da mulher, desde os anos 1930. A poeta deixou um legado para as mulheres que hoje ocupam lugar de destaque, principalmente no campo jornalístico.
“Ela escrevia com muita personalidade e voz própria. O exercício do jornalismo diário com textos políticos foi o que elegeu a deputada Adalgisa Nery, uma mulher sedutora e, ao mesmo, tempo muito dura”, afirma a escritora e jornalista Ana Arruda Calado, autora da biografia Adalgisa Nery, muito amada e muito só (Perfis do Rio, 1999), o único livro sobre a trajetória da poeta, que está esgotado.(...)
Por Ramon Mello. Ler mais em http://www.saraivaconteudo.com.br/Materias/Post/10336