Ofensa

E de muito perto, de onde pensou

que jamais viria,

veio a cruel palavra.

Ecoou nos ouvidos

e calou n’alma.

Verteu- se em dúvida,

incerteza.

Estampou a tênue fronteira

em que transita sempre

o humano ser.

Ergueu catedrais de espanto.

Esculpiu o brado.

Consumiu o canto.

Vil palavra que ecoa n’alma e cala os ouvidos

para os outros sentidos.

Ofensa – palavra ambígua que a todos quer servir.

Quer ser a injúria, o ultraje, o agravo.

Mas também reclama ser a mágoa, o ressentimento

de quem foi desacatado.

Vida – contraditória ilusão

que nos faz deitar em verso

o que é só pesar no coração.

08.10.02 TER 12:47.

Josely Margarida
Enviado por Josely Margarida em 16/09/2011
Código do texto: T3223680
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